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Papa no Brasil: manifestantes fazem beijaço gay          

Entidades LGBT organizaram o protesto no Rio de Janeiro

por Caio Delcolli

Manifestantes em beijaço gay (RJ)

No primeiro dia de visita do Papa Francisco no Brasil, manifestantes pró-direitos LGBT fizeram um beijaço gay em frente à Igreja Nossa Senhora da Glória, no Largo Machado, zona sul do Rio de Janeiro. Após se beijarem, os manifestantes seguiram para o Palácio da Guanabara (onde o Papa estava indo) e foram escoltados pela polícia.

“O protesto foi pensado a partir do ano passado, quando o antigo papa Bento 16 fez o discurso de final de ano e disse que a família homoafetiva é uma ameaça ao mundo, que somos o mal do mundo”, disse ao UOL um dos organizadores do beijaço. Ele ou ela prefere não se identificar, a fim de evitar “ataques de fundamentalistas religosos”.

O beijaço teve concentração agendada para as 14h e fim às 17h do dia 22/07, segunda-feira. Ele foi organizado por entidades LGBT.

Havia, também, manifestantes apontando os gastos públicos (R$ 118 milhões) com a visita do Papa, com cartazes dizendo: “Papa eu abro mão, quero mais dinheiro para saúde e educação”.

Jornada

O Papa está no Brasil para participar da Jornada Mundial da Juventude, evento organizado pela Igreja Católica, que desde 1985, acontece a cada dois ou três anos, a fim de realizar um encontro dos jovens com o Papa. O último foi em Madrid, na Espanha, em 2011.

Opiniões

Uma pesquisa do Ibope feita a pedido do grupo Católicas pelo Direito de Decidir aponta que 56% dos jovens católicos brasileiros apoiam a união gay. Já sobre a pílula do dia seguinte, 82% do mesmo grupo dizem que apoiam total ou parcialmente o uso dela, em caso de permissão da Igreja. A prisão de mulheres (independente da renda, da escolaridade, ou da região) que recorrem ao aborto é desaprovada por 62% dos jovens católicos. As políticas internas da Igreja também foram pauta da pesquisa: 90% do grupo consultado apoiam mudanças das políticas e sugerem punição aos membros pedófilos e corruptos da instituição. A ordenação de mulheres é aprovada por 62% dos consultados e o fim do celibato é aprovado por 72%.

Foram consultados 4.004 pessoas pelo Brasil. Dentro desse número, os católicos são 62%.

Imagens: Reprodução Bruno Turano/Eleven/Folhapress; Marcelo Justo; Folhapress