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Ministra e Conselho de Psicologia reprovam decisão da CDHM

Comissão presidida p1or Marco Feliciano tem resposta depois de aprovar a “cura gay”

por Caio Delcolli

 Maria do Rosário 

Após a Comissão de Direitos Humanos e Minorias ter aprovado ontem o projeto de “cura gay”, tanto Maria do Rosário, ministra dos Direitos Humanos, quanto o Conselho Federal de Psicologia, reprovaram publicamente a decisão da Comissão.

A ministra disse: “O projeto significa uma intromissão no Conselho Federal de Psicologia e um retrocesso na medida em que não reconhece a diversidade sexual como um direito humano. Quando se fala em cura, se fala na verdade que as pessoas estão doentes”, afirmou a ministra. “Somos cientes da nossa responsabilidade de dialogarmos mais para que o projeto não venha a ser aprovado”, complementou.

O CFP, através de uma nota, disse que a aprovação do projeto na comissão foi “um episódio triste para a história brasileira, que enfraquece a luta pelos Direitos Humanos no Brasil e, consequentemente, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias”. O Conselho ainda comentou que a discussão sobre a proposta foi “truculenta e arbitrária” e com pequena participação de congressistas. “Ao invés de proteger as minorias, as perseguem”, comentou a instituição sobre a conduta da CDH.

E enfatizou também que a homossexualidade não é considerada doença desde 1990 pela Organização Mundial da Saúde e que “não se trata de negar a escuta psicológica a alguém que queira mudar a sua orientação sexual, mas sim, de não admitir ações de caráter coercitivo e dirigidas pelo preconceito, como quando alguns psicólogos afirmam que a homossexualidade pode e deve ser ‘invertida’”.

A proposta em questão tem o objetivo de dar autonomia a psicólogos para abordarem a homossexualidade como uma doença – contrariando, assim, a decisão que o Conselho Federal de Psicologia tomou em 1999, que proíbe tal prática.

Além da “cura gay”, o texto revoga a seguinte decisão do CFP: psicólogos não podem reforçar publicamente “os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica”, como diz a resolução de 1999 do CFP.

Imagens: Divulgação /Reprodução do blog Conversa Fiada