ARTIGO

Disfunção erétil: causas e consequências

"Quero ser ativo, mas não consigo manter a ereção. Na hora da penetração, meu pau fica mole. Já pensei que tivesse problema fisiológico, mas sei que não porque, quando durmo, mantenho a ereção. Parece que a única solução será tomar Viagra. Nunca irei a um psicólogo. Tenho vergonha de falar sobre mim, ainda mais porque moro numa cidade pequena". (S. C., por e-mail)*

por João Marinho

 

Olá, S., como vai? O que acontece com você é o que atualmente se denomina disfunção erétil, antigamente conhecida como impotência. Trata-se da incapacidade de obter ou manter a ereção (pênis duro) para iniciar a transa.

As causas são várias, já que a ereção é um processo que envolve diferentes partes do corpo e também a nossa psique. Por isso, as disfunções eréteis podem ser psicogênicas, orgânicas e mistas.

Entre as causas orgânicas, temos, por exemplo, problemas vasculares, hormonais e de origem neurológica. Ademais, certas doenças, como a diabetes, podem estar por trás da disfunção.

As psicogênicas são relacionadas à psique. Estresse, ansiedade, tensão e problemas relacionados à sexualidade costumam ser importantes vilões. As causas mistas se explicam pelo próprio nome.

Certo, e onde você entra? Parece que você já tem a pista. De fato, manter a ereção quando se dorme ou ao acordar – e você diz que até goza durante o sono – costuma indicar que a origem da disfunção erétil é psicogênica, e isso é mesmo tratado por psicólogos.

Usar Viagra não é a solução. Primeiro, porque ele é indicado para os casos em que a ereção é dificultada por fatores orgânicos. Por sinal, para o Viagra surtir efeito, a cabeça (de cima) tem de estar legal.

Segundo, porque o abuso do medicamento por homens fisicamente potentes, que pode ser seu caso, induz o corpo a funcionar apenas sob ação da droga. Resultado: você pode agravar a coisa!

A dica, então, é buscar ajuda psicológica, além do urologista, para verificar se realmente não há algo orgânico – e, se houver, tratá-lo. Tente achar profissionais com uma posição aberta em relação à homossexualidade.

Não se sinta envergonhado. Todos nós temos problemas. Admiti-los e procurar resolvê-los é um ato de coragem, que merece admiração, e não censura.

Sobre os psicólogos, normalmente eles explicam seu processo de trabalho, qual linha teórica seguem e são abertos para que você explicite seu problema e lhes faça perguntas na primeira consulta. Veja se rola identificação. Se não, tente outro, mesmo em outra cidade – e lembre-se de que seu sigilo é protegido legalmente.

Por fim, uma dica: o preço das consultas pode ser salgado. Se o bolso chorar, procure psicólogos com atendimento especial a pessoas com renda mais baixa. Há também universidades e clínicas que prestam atendimentos gratuitos ou a baixos custos.

  

 

*a dúvida foi inicialmente enviada para o site www.armariox.com.br


Publicado em 03/11/2011.